domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Minha Adega e o Vinho Novo

Todos me diziam que aquele vinho era barato, de baixa qualidade e ainda muito novo.
Só que eu me encantei com a garrafa e até mesmo com sua juventude. Acabei deixando-me ludibriar com o que o rótulo dizia. Mesmo sabendo que muitos já tinham provado o gosto amargo dele. Mas pensei que era questão de paladar, que comigo fosse diferente, já que eu tenho um paladar forte.
E não foi por falta de opção, não. Por que na minha adega tinha alguns vinhos saborosos. Mas cismei com aquele vinho tão novo.
Então deixei-me ir pela curiosidade, e saboreei-o. Não nego que gostei do seu sabor. Na verdade gostava muito mais daquelas palavras do rótulo, lia-as todos os dias antes de degustar o tal vinho.
Com pouco tempo a garrafa, e até mesmo as palavras que me encantavam, perdeu o seu brilho para mim. Pois como aquele vinho era barato muitos o bebiam. Como sou um pouco egoísta, desisti logo dele.

Por que na MINHA ADEGA, só eu posso beber dos vinhos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O barco furado

Eu te chamei para remar comigo, mas você achou melhor mudar de barco. Pouco se importou em ter me deixado sozinha nesse barco furado.
E quando eu já tinha aceitado a idéia do naufrágio, um outro alguém apareceu se oferecendo para remar comigo, e que jamais deixaria eu afundar sozinha. 
Ah, meu bem, eu juro que ainda te esperava. Esperava você se arrepender e me dizer coisas doces iguais ao que esse outro alguém disse.
Mas como você mesmo disse que eu não poderia colocar tanta responsabilidade em você. Eu segui em frente, meu bem, e deixei que esse outro alguém entrasse por completo na minha vida.
Mas não fique triste, meu bem, eu soube que tem muitos barcos novos para você entrar.